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Na majestosa clemência do tempo e espaço,tornei-me uma estrela, e tenho todo o infinito para explorar. "Mesmo que pequena ou não." Queira

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigos. ( Vinícius de Moraes)






Tenho amigos que não sabem o quanto são meus 

amigos.




Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta 

necessidade que tenho




deles.




A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, 

eis que permite que o




objeto dela se divida em outros afetos, 

enquanto o amor tem intrínseco o ciúme,



que não admite a rivalidade.







E eu poderia suportar, embora não sem dor, 

que tivessem morrido todos os meus amores,



mas enlouqueceria se morressem todos 

os meus amigos !




Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são 

meus amigos e o quanto




minha




vida depende de suas existências ...




A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles 

existem.







Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela 

vida.




Mas, porque não os procuro com assiduidade, 

não  posso lhes dizer o quanto gosto deles. 

Eles não iriam acreditar.




Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que 

estão incluídos na




sagrada relação de meus amigos.




Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, 

embora não declare e não os procure.







E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem 

noção de como me são




necessários, de como são indispensáveis ao meu 

equilíbrio vital, porque




eles




fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e 

se tornaram




alicerces




do meu encanto pela vida.




Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.




Se todos eles morrerem, eu desabo !




Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida 

deles.




E me envergonho, porque essa minha prece é, em 

síntese, dirigida ao meu




bem




estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.







Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns 

deles.




Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-

me alguma lágrima




por não estarem junto de mim, compartilhando daquele 

prazer...




Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a 

roda furiosa da vida não




me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, 

andando comigo, falando




comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, 

principalmente os que só




desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus 

amigos !








A gente não faz amigos, reconhece-os.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Pode a verdade ser organizada?






Você pode encontrar a verdade através de uma organização? 
Elas estão baseadas em diferentes crenças. 
Crenças e organizações estão sempre separando as pessoas, excluindo umas das outras. 
Você é um hindu e eu sou um mulçumano, 
você é um cristão e eu sou um budista. 
Crenças, ao longo de toda a história,
 atuaram como uma barreira entre os seres humanos. Nós falamos de fraternidade, 
mas se você tem uma crença diferente da minha, 
estou pronto para cortar sua cabeça; 
nós temos visto isso acontecer inúmeras vezes.




A experiência de Deus deve ser experimentar por si mesmo. 
Ela não pode ser organizada. 
No momento que é organizada, 
propagada,
 ela cessa de ser verdade, 
ela se torna uma mentira. 
O real,
 o imensurável, 
não pode ser formulado, 
não pode ser colocado em palavras. 
O desconhecido não pode ser medido pelo conhecido, pela palavra.
 Quando você o mede,
 ele cessa de ser verdade,
 deixa de ser real e,
 portanto, 
é uma mentira.


quinta-feira, 8 de julho de 2010

A princípio.





De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda  mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos,sarados, irresistíveis. 
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.




Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário,queremos ser felizes assim e não de outro jeito.


É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par e não como pares? Ter um parceiro constante, não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo a expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como  um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o



que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.